7 de set. de 2006

Ciclos


Existe um roteiro de vida que não está escrito, mas todos conhecem muito bem. É um modelo clássico e romântico de relacionamento entre homens e mulheres; construído sobre a premissa naturalista do “nasce – cresce – reproduz – morre”. Neste roteiro, um homem e uma mulher, em algum momento da vida, se conhecem, se apaixonam, se casam, têm filhos e vivem juntosaté que a morte os separe”. Este é um ciclo que, portanto, deveria durar uma vida inteira.

tempos este roteiro não é seguido pela maioria dos casais. Desde a revolução sexual e a legalização do divórcio, a cada nova geração é cada vez mais e nítida a sensação do “não deu certo: parte pra outra!”. É comum uma pessoa se casar duas, três, quatro vezes (e, não raro, errar em todas as tentativas). É a tendência moderna. Juntar ao invés de casar. Ficar ao invés de namorar. Vários ciclos numa única vida.

Penso que entre gays (e trato mais especificamente entre homossexuais masculinos mesmo) muitas coisas acontecem de forma muito rárida. Seja pela objetividade masculiuna (em contraste ao famoso “cu docefeminino), pelo instinto de espalhar seu material genético (mesmo que em campos inférteis) ou por pura safadeza mesmo. É muito mais fácil e rápido um gay levar outro homem para a cama (no primeiro dia, por exemplo) que um hetero conseguir o mesmo com uma mulher, por mais atiradas que elas estejam atualmente.

Aplicando um pouco desse raciocínio (da rapidez no mundo gay) não apenas ao campo sexual, mas sobretudo acerca de relacionamentos, penso que a coisa também funciona neste caso. O mesmo fenômeno que ocorre entre heteros sobre viver vários ciclos de relacionamentos é potencializado entre gays, capazes de “casar e descasarcom freqüência ainda maior.

Daí mais um elemento que acentua o imaginário de promiscuidade entre homossexuais, segundo o qual, ainda, dois homens quando juntos de forma estável estariam mais ligados do ponto de vista sexual que afetivo. Nãopra esquecer que a impossibilidade de prole natural ajuda a enfraquecer qualquer noção de perpetuidade, com se a falta de filhos sinalizasse um certo descompromisso com o futuro.

Neste contexto, penso que na dá para jogar pedras naqueles que são aparentemente volúveis e parecem nunca conseguir se firmar com oura pessoa (ou, de forma mais romântica, parecem nunca encontrar sua alma gêmea). Pode ser sim galinhagem pura e simples, mas também pode não ser. O importante é haver a busca sincera pela conquista e pela manutenção de uma relação sólida e duradoura.

Abençoados são aqueles que têm a felicidade de chegar cada vez mais perto do modelo ideal.

5 comentários:

Anônimo disse...

Acredito que os gays são mais rápidos, por uma necessidade de resolver uma enorme carência. Mas esse não é o único motivo, claro. Bjs pra vc. Ótimo post.

7:29 PM
Unknown disse...

Amigoooooooooooooo! Lemndo teu texto, me veio uma frase, prá lá de batida, mas bem verdadeira: " que seja erterno enquanto dure!" Sabe, penso o seguinte, amor, paixão, relacionamento, nenhum deles tem bula, ninguém sabe o prazo de validade.... simplismente eles acontecem, podem durar séculos ou dias, podem ser intensos durante algumas horas, ou mornos durante décadas.... Eu acho que, o mais importante são as boas coisas que estes momentos te trazem....
Ah, posso deixar um recadinho pro Arthur? Passei no blog dele, li tudo, adorei mas na hora de deixar um comments sobre as novidades, deu erro! Não sei o que acontece! Mas, diga prá ele que torço prá que o final feliz de toda a emocionante estória seja todo dele! Beijos!

11:43 PM
Blog Jotha Design disse...

Caraca brother, mandou mto no post
parabéns, bção

3:03 PM
Anônimo disse...

Opa pode linkar sim! =) Sinta-se à vontade, assim que eu tiver menos ocupado eu linko o seu! =* thx!

2:39 PM
Rodrigo disse...

A pergunta é: o modelo é ideal pra quem?

Por que todos devem se encaixar?

Não sou anti-romântico ou qualquer coisa que o valha. Acho lindo pessoas que se relacionam na sublime forma, pintada e escrita de várias maneiras.

Mas se encaixar em modelos passa por aparar arestas de si mesmo. Algumas vezes compensa, outras...

12:33 PM
 

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